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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Pertenço à multidão


Pertenço à multidão,
que sei minoritária,
de pássaros indiferentes aos ramos
cada vez mais desusados,
já sem a esperança de frutos.

Espero, sereno, a migração sem retorno,
não com a pressa da vida
mas no passo ronceiro da lesma,
a menos que venha a ser
subitamente empurrado.

Enquanto aguardo,
prefiro o pousio de ave saciada
e pensar-me perpétuo,
que o perene germina
se na demora do sabor o semeiam.

Optei por ser um pássaro melódico
a salvo do alvoroço do tempo,
na esperança que isso seja a predição
de uma alvorada permanente até ao fim.
Quero ser vagarosamente eu.


45 comentários:

Os olhares da Gracinha! disse...

Perfeito... quero ser, vagarosamente EU!
Gostei de ler!!! Bj

_ Gil António _ disse...

É encantador ler os seus poemas. Gostei muito
.
Cumprimentos
.
** Pelo teu beijo me deixava morrer **

Luísa Fernandes disse...

Olá amigo Jaime!
Interessante o seu poema, optar por ser pássaro voar ali e acolá... encantando com melodia
Eu também gostaria, mas ainda não se descobriu tal magia..
Gostei imenso da inspiração, parabéns!
Beijinho.
Luisa

Marta Vinhais disse...

Temos que ser nós...mas, às vezes, estamos tão envolvidos no todo, que é difícil voar sem destino...
Interessante...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Graça Pires disse...

Também quero pertencer a essa multidão, Jaime. Também "Quero ser vagarosamente eu" . Muito belo, o teu poema.
Um beijo.

Cidália Ferreira disse...

Muito bonito! Amei!:) Voltei...

Rendo-me ao dia que faz lá fora ...
Beijos e uma tarde feliz!

Fá menor disse...

A genuinidade é uma qualidade a preservar. Não nos deixemos empurrar, sigamos o nosso rumo sem pressas desnecessárias, pois devagar se vai ao longe.

Beijinhos, amigo Jaime.

Kalinka disse...


Olá Jaime

tem graça como começas o teu poema
pois penso muitas vezes que.

Já não pertenço a este Mundo!
Um Mundo que está pôdre...
de pessoas indiferentes aos outros
ao próximo,
à família do mesmo sangue!

Optei por ser um "ser solitário"
no meu cantinho
Quero ser vagarosamente eu.

LINDO!
OBRIGADA pela partilha.

Fevereiro passou a correr, mas...com outra ida à urgência...
enfim
Não tarda nada e estamos em Março.

O neto vai mudar o gesso e ouvir o veredicto da médica que o operou.
Não tenho tido muito tempo para vir visitar os blogues dos amigos

Posso adiantar que neste momento, tenho três artigos novos
fui fazendo conforme tinha uma aberta
se quiser visitar
aqui tem os links:
http://meusmomentosimples.blogspot.com/
COISAS SIMPLES DA VIDA

http://tempolivremundo.blogspot.com/
ADEUS...BULGÁRIA

http://momentos-perfeitos.blogspot.com/
mais um MOMENTO PERFEITO

Parece que a primavera, começa a espreitar...

Vou até outro blogue
Boa semana,
bjs da Tulipa

Portugalredecouvertes disse...


nós levados pelo destino, Jaime
sem retorno ?!
tem de ser, não é ?

mas devagar se for possível, sem pressa…
abraço
Angela

Rosa dos Ventos disse...

Que bela homenagem à fruição da vida!
Agradeço a visita.

Abraço

Franziska disse...

Porque me está dando problemas Google con la publicación de los comentarios, he vuelto a ver qué había pasado con el comentario que hice a los pocos minutos de publicarse este poema. Compruebo que no está y estoy suponiendo que puede volver a pasar.

Andreia Morais disse...

«Quero ser vagarosamente eu», fossemos todos assim. Tivéssemos todos esta vontade de não seguir o rebanho!
Adorei o poema

Continuação de boa semana

Ana Tapadas disse...

Fizeste-me pensar no poema se Torga, “ São Leonardo de Galafura”. Não, não há semelhanças ou parafrases, apenas esse desejo de avançar devagar ...
Gostei muito.
Beijinho

Duarte disse...

Estou dentro dessa linha de flutuação e também aguardo placidamente o transcurso do tempo, mas sem, como tu, deixar de criar novas rotas de entendimento. Como esta maravilha que tão bem dominas do VERSO.
Abraços de vida.

J. C. Gomes disse...

Que sensatez, Jaime!

Muito bom! Tenha um bom fim de semna.

Deliciosa Ilusão

Emília Pinto disse...

Claro que pertences à multidão, eu pertenço também e assim acontece com todos os que ainda por cá andam, mas...ha sempre ums escolha a fazer, fazermos parte dessa multidão, querendo parecer aquilo que não somos, andar no meio em que estamos inseridos, sem vontade própria, ao sabor dos ventos e " de boca cosida " para sermos sempre bem -vistos e politicamente corretos. Com o passar do tempo, vamos aprendendo a navegar mais devagar, independentemente dos ventos, vamos aprendendo que, em determinadas situações vale mais a pens fechar a boca do que dizer aquilo que realmente pensamos, vamos aprendendo que um dia a vida quer partir e que o melhor para nós é esperar esse momento , calmamente, sem experimentar novos ' ramos ", tentando ser nós mesmos," vagarosamente"; já fomos pássaros inquietos, voando com pressa de árvore para árvore, já falamos com a boca totalmente descosida, já agimos como se fossemos eternos e tudo estivesse ao nosso alcance, mas, agora, Jaime, estamos numa fase em que devemos ter o direito de caminhar conforme a lesma, de ter a boca cosida ou então de abrir quando acharmos necessário,( sempre com muito respeito ) porque, sendo ou não minoria, sabem todos que o dia do último voo chegará , sem alvoroço e na maioria das vezes sem aviso. Aqui nos deixas a melhor opção de espera, amigo e eu vou tentar seguir o teu conselho; bem....já tenho a boca muito, muito mais cosida, o vento, às vezes" Tanto" só me arrasta quando eu estiver disposta, mais algumas coisitas também já aprendi Jaime e portanto não estou muito mal. Demorei um pouco a vir cá, , mas, cheguei, Obrigada por teres esperado! Assim, eu pude ler os poemas que me faltavam..
Um beijinho
Emilia




dia chegará e

Pedro Coimbra disse...

Sermos nós próprios é a melhor decisão.
Aquele abraço, bfds

Sandra May disse...

Sempre publicando maravilhosos poemas! Me identifiquei com esse de hoje, Jaime, faz minha cabeça!
Bjs!

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Um belo poema meu amigo, gostei e aproveito para desejar um bom fim-de-semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Franziska disse...

Dije que me había gustado mucho este poema y pienso que muchos queremos salvarnos do alvoroço do tempo, también me gustaría ser "eu" hasta el fin de mis dias. Creo que el poema es un acierto.

Un abrazo.

Manuel Veiga disse...

carpe diem serenamente, caro Jaime Portela
sem sobressalto, nem pena...

excelente poema.
e grande sabedoria, meu amigo.

caloroso abraço

SOLIDARIEDADE disse...

Um belo acalanto para aqueles que esperam o inevitável epílogo de uma vida lastreada por tantas certezas.
Abraços.

Daniel Costa disse...

Jaime Portela sempre a beleza em poesia, a melodia está sempre presente, sempre como se fossem anjos na sua entoação.
Abraço

Betonicou disse...

E vamos levando e vivendo a vida a passos lentos. Penso que caminhar, nos proporciona melhores paisagens, que correr. Lindo poema , Jaime. Sempre inspirador e sublime. Grande abraço. Feliz fim de semana.

Lua Azul disse...

Optar por ser vagarosamente eu não é fácil. mas é destas têmperas que se faz o mundo! Desejo sucesso ao eu poético nesse empreendimento.
Bjo
Bom final de sexta.

Amélia disse...

Um poema muito bonito! Gostei de ler.
Agradeço a sua visita.
Bom fim de semana, extensivo a excelente carnaval.
Bjs

Mar Arável disse...

Vagaroso instante
Bom fim de semana e bom carnaval
Abraço

Furkan YETEK disse...

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Pedro Luso de Carvalho disse...

Parabéns, caro amigo Jaime por este seu excelente poema, tanto na sua forma como no conteúdo. Este é poema para ser lido mais de uma vez, para que se capte as suas nuances.
Um ótimo final de semana.
Grande abraço.
Pedro

Cecilia disse...

Boa Noite Jaime,
Belíssimo poema.
Devemos ser quem somos mesmo com a turbulência da vida, mesmo enfrentando a correria e obstáculos da vida, um exemplo em palavras.
Muito obrigada pela visita e comentário, seja sempre muito bem-vindo!
Um abraço e ótimo final de semana.

Cecilia

Menina Marota disse...

Metáforas de vida e de tempo. Que em mar calmo se norteia.
"...
Quero ser vagarosamente eu."

E é tão bom sê-lo. Estamos vivos e sonhamos.

Um abraço

Maria Rodrigues disse...

Sejamos sim, apenas nós próprios.
Belíssimo poema
Bom fim de semana
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco

Andre Mansim disse...

Olá poeta!
Bela poesia.
Como é difícil sermos vagarosamente nós mesmos, em meio à multidão frenética, que cegamente caminha feito bando para lá e para cá!

Tenha um belo final de semana,

Teresa Almeida disse...

Demoro um pouco na tua serenidade. Creio que não está ao alcance de todos.
Talvez um galho me baste.

Belíssimo poema, Meu amigo Jaime!

Beijos.

SOL da Esteva disse...

Manifestas e mostras chave de ouro da Vida: "(...) Quero ser vagarosamente eu."
Parabéns, Jaime.

Abraço
SOL

Arte & Emoções disse...

Olá Jaime! mais uma vez, passando para apreciar mais um dos teus belos poemas, com ênfase para a estrofe abaixo:

Espero, sereno, a migração sem retorno,
não com a pressa da vida
mas no passo ronceiro da lesma,
a menos que venha a ser
subitamente empurrado.

A pressa é inimiga da perfeição. Rsrs.

Abraços e uma ótima semana para ti e para os teus.

Furtado

By Me disse...

Pertencer à multidão é ficar ao lado do coletivo. Valorizar essa gente e tudo o que dela emana. Belo poema, a lembrar antecipadamente a primavera. A segunda primavera!

Amigo JP, bom carnaval!
Beijo

Mariazita disse...

Extraordinário!
Adorei este poema, que me remete para uma reflexão bem profunda.
Sei que não vais importar-te que o copie e guarde nos meus documentos favoritos...
Assim poderei relê-lo de vez em quando, como faço com os escritos de que gosto.

Bom Carnaval, amigo Jaime.

Desejo uma semana feliz
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

Ana Freire disse...

Sejamos nós mesmos... até ao fim... da melhor forma, que saibamos ser, e que se possa ser... sem pensar muito no dia da partida... pois ela chega sem avisar... e não adianta, ocupar os nossos dias... a pensar no que nos reserva, o que estará para lá da curva do caminho... apreciemos cada passo, que se der... pois é sinal, que ainda por cá continuamos... a passeio... a apreciar o sol... e os frutos... mais doces ou mais amargos de cada dia... mas tudo vale a pena!...
Uma notável inspiração, que nos faz pensar, na preciosidade da vida...
Adorei ler, Jaime! Beijinhos
Ana

Olinda Melo disse...


E enquanto isso vamos beneficiando da sua inspiração
e talento. Muito belo poema, caro Jaime.

Abraço

Olinda

teresa dias disse...

Querido amigo Jaime, mais um poema magnifico!
Se permitires, também eu "Quero ser vagarosamente eu."
Beijo.

Ulisses de Carvalho disse...

Que poema bonito, Jaime! Acho que demonstra muito do teu talento para a poesia, e me identifico com alguns dos versos. Um abraço.

Ailime disse...

Bom dia Jaime,
Um poema magnífico.
No meio do alvoroço do mundo atual faz toda a diferença quem sabe estar em paz consigo próprio desfrutando sabiamente da vida
Um beijinho.
Ailime

Majo Dutra disse...

Também pertenço a essa multidão...
É indispensável cultivar o 'carpe diem'
e viver intensamente o milagre da vida,
num deslumbramento vagaroso...

Sem dor de dente... Sorrrrrsss...
Abraço, poeta amigo.
~~~

Josélia Micael disse...

Olá Jaime!
Os seus poemas me encantam!
Gostei de ler, como sempre!
Parabéns poeta amigo...
Beijo Fraterno.
Tenha um lindo fim de semana...
de paz e bem!