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quinta-feira, 16 de julho de 2020

O tamanho dos meus bolsos [288]



Por mais que as minhas mãos o investiguem,
não conheço o tamanho dos meus bolsos.

Sei que eles mudam de feitio a cada dia,
mas estou em crer que o que eu não sei,
sem todavia o querer, é o justo alcance
das minhas toscas mãos
e o que elas podem ou não sabem perceber.

De mãos atadas na pergunta,
ando de bolsos vazios,
à solta, enquanto não souber o que lá cabe
e o que lá pode viver sem ficar asfixiado,
correndo o risco de criar em cada bolso
um endereço furado, sem respostas.

Nesse reviralho de bolsos e mãos
a abarrotar de incertezas,
sei que há um vaivém preocupado
em te perder, de pena vermelha à mão
de tamanha indecisão
no que te quero dizer, porque não sei
se a tua brisa enche ou transborda
o meu vazio a doer.

Só sei que enlouqueço [se enlouqueço…]
ao sentir o teu fogo a aquecer a vontade
sem controlo que me invade de te querer.


© Jaime Portela, Julho de 2020


45 comentários:

Roselia Bezerra disse...

não sei
se a tua brisa enche ou transborda
o meu vazio a doer.

Boa tarde de paz, Jaime!
Tão bonito sentir e saber se expressar.
Muito profundo seu poetar.
Tenha dias abençoados!
Abraços fraternos de paz e bem

Pedro Luso de Carvalho disse...

Amigo Jaime, gostei do seu poema (“O tamanho dos meus bolsos”), que se inicia com os versos que seguem:

“Por mais que as minhas mãos o investiguem,
não conheço o tamanho dos meus bolsos.”

Como digo em algumas vezes, nenhum poema se destina a uma única leitura> Para que se possa entender bem a mensagem do poeta, duas leituras, pelo menos há que ser feita.

Um bom final de semana, Poeta.

Um abraço.

" R y k @ r d o " disse...

É um poeta exemplar em escrever poesia sem rimas. Tem a minha admiração e elogio.
.
Abraço

Karocha disse...

Como sempre uma beleza de poema Jaime.

Bjs

BFS

Andreia Morais disse...

Um poema fabuloso, Jaime. Como sempre! Impossível não ficarmos rendidos *-*

NASSAH disse...


Muito bom, peça para pensar..

chica disse...

Só podemos aplaudir mais e maai,Jaime! abraços, tudo de bom,chica

Cidália Ferreira disse...

Que poema fantástico! Parabéns, Poeta Jaime!
:))
--
Beijos. Boa noite!

Dalva Rodrigues disse...

Amigo, Jaime, como trabalha lindamente com as palavras, que dom!!
Saber o que cabe nossos bolsos nem sempre é possível, mesmo quando nós mesmos o enchemos de livre e espontânea vontade. Nem sempre é prudente andar com as mãos nos bolsos, se tropeçamos não temos tempo de usar as mãos para nos proteger da queda.
Adorei o poema, parabéns!!

Marli Terezinha Andrucho Boldori disse...

Boa noite, amigo poeta, seu poema"o tamanho dos meus bolsos",é valioso, pois gosto de ler e reler os poemas, confesso que na primeira leitura cada verso me passou um significado, já a segunda me deu a opção de outro modo de sentir cada verso, e se eu continuar a ler e reler vou encontrar múltiplas leituras, significa que escreveu um rico poema. Tenha uma boa noite. Abraço!

Diná Fernandes disse...

Boa noite amigo Jaime,

Passando para deixar meu abraço.
Li e reli seu grandioso poema, uma composição rica em detalhes ao jogar com as palavras, destaco a estrofe:

"De mãos atadas na pergunta,
ando de bolsos vazios,
à solta, enquanto não souber o que lá cabe
e o que lá pode viver sem ficar asfixiado,
correndo o risco de criar em cada bolso
um endereço furado, sem respostas."
.
Abraço!
Aplausos para os portentos versos

Tais Luso de Carvalho disse...

Olá, Jaime, adoro ver a criatividade dos poetas!
'O tamanho dos meus bolsos' está muito original, concordo com nossa amiga Marli, a cada leitura temos novas interpretações, é vero! Fiz duas leituras e tive duas interpretações.
Um bom fim de semana!
Beijo, meu amigo.

Pedro Coimbra disse...

Poema de um homem apaixonado.
Aquele abraço, bfds

Sandra Figueroa disse...

Precioso y profundo poema. Saludos Jaime.

Teresa Almeida disse...

Caminhamos na palavra, com cautela, indagando ...
Por fim o fogo, o âmago do poema.

Como sempre, é um prazer desfrutar de tua talentosa escrita, caro amigo Jaime.

Um beijo matinal.

Teresa Almeida disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
alfacinha disse...

"O tamanho dos meus bolsos" que poema lindo
Abraço

Marta Vinhais disse...

Perguntas sem resposta... o que doí ou não...
Só podemos mesmo enlouquecer....
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Os olhares da Gracinha! disse...

Um belo querer poético... Bom fim_de_semana

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Um belo poema amigo Jaime.
Um abraço e bom fim-de-semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

saudade disse...

Excelente poema, brincar com as palavras e com a imaginação.... Fantástico.
Beijinhos

Ygraine disse...

Such an amazing poem, Jaime...I have read, reread, and reread again...and with reach rereading comes an even deeper meaning than the one before.
Absolute genius! You paint the most irresistible portrait in words...that has captured me by the heart.
I am there in your pocket...😊😊

Have a wonderful weekend, my friend.

Kisses xxx

Giancarlo disse...

Ciao Jaime, buon pomeriggio.

Isamar disse...

Olá Amigo Jaime,
Um poema profundo, com inúmeros significados e, como sempre, escrito de maneira muito inteligente!

Gostei especialmente desta passagem:
"De mãos atadas na pergunta,
ando de bolsos vazios,
à solta, enquanto não souber o que lá cabe
e o que lá pode viver sem ficar asfixiado,
correndo o risco de criar em cada bolso
um endereço furado, sem respostas."

Desejo-lhe um excelente fim-de-semana! Fique em segurança, beijinhos!

Fá menor disse...

Estejam vazios os bolsos, mas o coração cheio... só de coisas boas!

Beijinhos, amigo Jaime!

luar perdido disse...

Amigo Jaime; os teus bolsos não têm fundo, não podem ter, nem têm forma, não podem ter. Porque os sentimentos não se contentam com bolsos, nem em ficar amordaçados no escuro.
Um poema belíssimo, onde as "entrelinhas" nos fazem navegar por muitos mares, e viajar por muitos lugares.

Bom fim de semana. Cuida-te.
Beijo de luar

Giancarlo disse...

Ciao Jaime, buon fine settimana.

SOL da Esteva disse...

Se os teus bolsos sem fim
Escondem sonhos sem fundo,
Saberás que foi assim
Que se iniciou o Mundo.


Parabéns, Jaime
Abraço
SOL


Magui disse...

Um abraço do tamanho do seu talento.
Bom fim-de-semana

Graça Pires disse...

À medida que vamos lendo o poema as nossas mãos vão-se enchendo de promessas e de memórias. Lindo, o poema, Jaime.
Um bom fim de semana.
Um beijo.

Ana Tapadas disse...

Os bolsos onde nada se guarda a não ser a inquietação da memória dos dias e o anseio...
Gostei muito.

Beijo

Humberto Maranduva disse...

Nos bolsos guardam as crianças os seus mais preciosos bens. Um poeta é sempre uma criança de bolsos vazios, na ânsia de os preencher...
Excelente criatividade, pautada por esta metáfora originalíssima, caro Jaime.
Um bom fim-de-semana.

Margarida Pires disse...

Olá amigo Jaime!
Aplaudo o seu talento!
A descrição das mãos fascinante!
Um doce sorriso para o seu poetizar!💐🌈😀
Megy Maia🌈

São disse...

Os nossos bolsos terá sempre a medida do nossa alma, pelo que os teus são enormes.

Beijinho, querido amigo.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

JP

ninguem conheçe o tamanho dos seus bolsos
são neles que guardamos os sonhos

belo o seu poema.

bom domingo
Beijinhos
:)

Maria Rodrigues disse...

Palavras sentidas e apaixonadas.
Belíssimo poema.
Beijinhos

Teresinha da Música disse...

O tamanho dos meus bolsos são o desejo de te desejar uma excelente semana,dizer que o teu poema ficou lindíssimo,muitos beijinhos,fica bem,tudo de bom para ti!!

Ailime disse...

Boa tarde Jaime,
Um entrelaço de palavras e sentimentos entre os bolsos que asfixiam e o amor que se desata em fogosa paixão.
Lindo poema.
Beijinhos e boa semana, com saúde.
Ailime

Rosemildo Sales Furtado disse...

Belo e um tanto metafórico o teu poema amigo Jaime. parabéns!

Abraços e uma ótima semana pR ti e para os teus.

Furtado

Mariazita disse...

Li, reli com a maior atenção, e à medida que ia interiorizando, os meus "bolsos" interiores iam ficando repletos de beleza e prazer.
Dizer mais do que isto... seria estragar este momento tão lindo!
Parabéns, meu querido amigo Jaime.

Feliz Terça-feira e uma boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

Elvira Carvalho disse...

O tamanho dos meus bolsos, é um poema curioso. Se os bolsos estão vazios de mágoas não precisaria de tamanho pensei numa primeira leitura. Mas abarrotados de incertezas, indecisão e demais sentimentos, decerto serão bolsos muito profundos.
Gostei de ler.
Abraço e saúde

Luísa Fernandes disse...

Olá, boa tarde querido amigo Jaime!
O tamanho dos teus bolsos é um mistério!
Eu também não sei, nem tão pouco quero saber,mas tenho a certeza que são,
do tamanho de um gigantesco cérebro...que de magia transborda, uma paixão bué fogosa que um coração faz pulsar. lindo Jaime! Adorei a inspiração poética
desse teu sentimento magistral. Gostei muitíssimo.
Beijinhos
Luisa

Amélia disse...

Um poema fabuloso Jaime. Parabéns 👏👏
Continuação de boa semana
Bj

Manuel Veiga disse...

excelente criatividade a tua.

gostei muito do poema, em especial,
da brilhante articulação das suas imagens poeticas

grande abraço. caro amigo Jaime Portela

Ana Freire disse...

De alma cheia e bolsos vazios... assim é o cíclico fado português... ao nosso melhor ano económico de sempre... segue-se um tão mau... este mesmo, de má memória... que não haverá bolsos que cheguem, para medir o tamanho do prejuízo... em breve os milhões da UE parecerão tostões, tal a profundidade do abismo económico, em que este vírus nos deixou a nós...e ao mundo...
Mais um belo momento de profunda inspiração... apaixonante, e desafiante a várias leituras...
Beijinho! Desejando uma excelente semana...
Ana