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quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Viajamos confinados [299]

 


Viajamos confinados

na cauda de um cometa em extinção

a queimar laços que tombam apagados

para a negra vertigem do nada.

Sentimos as mãos a enferrujar

no amanhecer das lágrimas,

delgado rio a estilhaçar margens

em sossego de aquário.

Somos filhos incógnitos de um querer

estrangulado pelo inamovível asceta

que persiste de mãos atadas no peito.




© Jaime Portela, Outubro de 2020


44 comentários:

chica disse...

É! Assim estamos..Viajantes confinados... Linda poesia,Jaime! abraços, chica, feliz OUTUBRO!

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Excelente poema amigo Portela.
Um abraço e continuação de uma boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados

" R y k @ r d o " disse...

"" Somos filhos incógnitos de um querer ""

Está tudo dito. Um verso maravilhoso, arrebatador, que nos eleva e transporta em direção ao alto mais belo da existência. Amei o poema. Simplesmente lindíssimo

Abraço glorioso

Ana Freire disse...

De facto, no momento, viajamos todos entre vontades adiadas, expectativas alteradas, entre incertezas, e amarguras, medindo as distâncias, escondendo sorrisos, esquivando-nos dos afectos... mas no fim desta viagem... duvido que o mundo tenha aprendido a lição... e compre bilhete para uma próxima... na qual idênticos erros se repetirão...
Como sempre, uma admirável viagem, a este seu universo poético, Jaime... que é sempre um gosto e um privilégio imenso, poder apreciar...
Beijinho! Continuação de uma feliz semana!
Ana

A Paixão da Isa disse...

pois é nao esta facil e por aqui cada dia piore que venham dias melhores desejo tudo de bom saude bjs

Marta Vinhais disse...

Estamos perdidos, escondidos e temos medo de atravessar as margens...
Mas é lá que está a resposta....mesmo que seja fácil....
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Fá menor disse...

... E cada vez mais impotentes nos vimos...
Mas querer é poder: não nos deixemos vergar.

Beijinhos, amigo Jaime.

Dalva Rodrigues disse...

Olá, querido amigo, Jaime, um intrigante poema que me faz pensar.
Achei lindo:
"...a queimar laços que tombam apagados para a negra vertigem do nada."

Faz parte da viagem do ser humano queimar laços, alguns presentes que não abrimos, cada um por seus próprias razões em determinado tempo no espaço onde as coisas acontecem.

Pior mesmo é estarmos nas mãos de ditadores insensíveis disfarçados de "gente do bem"...É estarmos socialmente a caminho do nada como humanidade.

Adorei a leitura e reflexões como sempre, poeta!
Abração e bom final de semana!

teresa dias disse...

Viajamos obrigatoriamente confinados...
Alento, só na poesia.
Jaime, gostei do que li.
Beijo, saúde.

Roselia Bezerra disse...

Boa tarde de lá, Jaime!
Vamos viajando nas asas do coração, é só o que podemos...
Tenha dias abençoados!
Abraços fraternos

Andreia Morais disse...

Há sempre uma incógnita a bater-nos à porta!
Fantástico, como sempre, Jaime

Continuação de boa semana

eli mendez disse...

que poema tremendo Jaime!
Estos versos...Sentimos las manos oxidándose

en el amanecer de las lágrimas,...me han conmovido profundamente!
Asi estamos, bastante desconcertados frente a todo lo que se sale de control y perturba nuestras vidas cotidianas. Una poesia muy bella sobre una realidad que preocupa, pero que hay que afrontar con actitud positiva y esperanza. Mi abrazo en la distancia, y siempre un placer leerlo!

Cidália Ferreira disse...

Um poema que diz tanto do dia a dia. Adorei o poema!:)
-
Um colo que oferece o seu carinho... |Blogue; Com Amor|
-
Beijos, e uma excelente noite!

Tais Luso de Carvalho disse...

Olá, amigo Jaime, tudo tão real e tão triste... Assim estamos e não sabemos muito bem as curvas do caminho! Aguardemos!
Lindo poema apesar de triste e preocupante, meu amigo.
Aplausos!
Beijo, um bom fim de semana.

Elvira Carvalho disse...

Viajamos confinados, mas não podemos confinar a imaginação. Só ela nos pode libertar.
Excelente poema.
Abraço e saúde

Luísa Fernandes disse...

Bom dia Amigo Jaime!
Confinados viajaremos enquanto a nossa mente nos deixar
e o ego da alma não nos perturbar. Hoje viver é um mistério, é uma incógnita.
Amei o teu poema amigo Jaime. Obrigada e Parabéns pela tua inimaginável inspiração poética.
Hoje estou no "Café Poético" da amiga Gracita, se puderes passar ficarei feliz.
Beijinhos Jaime e fica bem.
Luisa

N A S S A H disse...

Great story poem.. Have a nice weekend

Graça Pires disse...

"De mãos atadas no peito". Por isso nos negamos os abraços neste tempo de uma tragédia sem fim... Muito belo, meu Amigo Jaime.
Um bom fim de semana.
Um beijo.

vieira calado disse...

Olá, meu!

Vivemos confinados, até quando?

Talvez até nós próprios sermos ... finados...

Bom fim de semana!

MARILENE disse...

Jaime, as aflições e tormentos que nos assolam são do conhecimento de todos, já que por todos vivenciados. Mas aplaudo você, pois seus versos mostram a realidade com riqueza de colocações. Gostei demais!!! Abraço.

alfacinha disse...

viajaremos confinados como num rio sem margens
Belo poema
abraço

saudade disse...

Viajamos confinados, temos medo de nós mesmos. Excelente poema amigo. Bom fim de semana. Beijinhos

SOL da Esteva disse...

Em caminhos estreitos não podemos vacilar. É só seguir em frente com os cuidados que a Vida nos abre.
Belo Poema. Parabéns, Jaime.


Abraço
SOL

Teresa Almeida disse...

E quando se esperava um mundo novo (cumo siempre) viajamos na cauda do cometa. Nem tiros, nem lírios, nem ...
Caro amigo Jaime, o olhar é - por vezes - este de alma que pintas no teu poema.

Beijo.

Reflexos Espelhando Espalhando Amig disse...

Jaime,
Estamos confinados
e presos de uma situação
mas nossa mente
nos faz livres e
nos dá a alegria
da poesia.
Lindos versos
Bjins de sábado
CatiahoAlc.

Maria João Brito de Sousa disse...

É sempre um prazer descobrir mais um companheiro de ofício, Jaime.

Faltam-me tempo, acuidade visual e condições físicas para visitar mais do que os três ou quatro blogs que diariamente visito, mas farei por cá voltar!

Abraço

Porventura escrevo disse...

Poesia de fino recorte literário.
Cativa o leitor.
Gostei e também já deixei gosto no blog

manuela barroso disse...

Indesmentivel esta viagem que por mais imaginativa que seja nos controla , nos estiola
Mas, deixa que os olhos vagueiem , que sejam ciganos em viagem nómada . Enquanto houver um aceno, libertamos as mãos da prisão na alegria de um “ à bientôt “ .
Um beijo, sempre😘

Amélia disse...

Fantástico poema! "Viajamos confinados"
Bom fim de semana
Bjs

São disse...

Viajamos confinados e aimda mais estamos nos confinando....

POeta , abraço amigo

Pedro Coimbra disse...

E ainda sem perspectivas de melhor
Aquele abraço, boa semana

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

JP

tempos estranhos, vivemos asssustados, presos e com enorme desalento.
o seu poema traduz isso tudo.
boa semana com saúde!
se cuide!
beijinhos
:)

Mariazita disse...

Não poderia haver melhor descrição do que o teu lindo poema, meu querido amigo Jaime!
Começa a haver um certo cansaço, até entre os mais pacientes, mas... temos que nos resignar e aguardar por melhores dias.

Desejo uma semana feliz
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS


Teresa Isabel Silva disse...

Bonitas palavras!
Aproveito para desejar uma boa semana!

Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram | Youtube

Ulisses de Carvalho disse...

esse teu poema abre margens para tantas interpretações, Jaime, que nem sei direito o que comentar, às vezes certas palavras não ficam à altura da intenção do poeta, apesar de que sei que há sempre uma curiosidade pelo retorno de quem nos lê. um abraço!

Sandra Figueroa disse...

Intenso poema amigo Jaime, saludos a la distancia.

Isamar disse...

Olá querido amigo Jaime,
Fico deliciada com as suas palavras, tão bem escolhidas e escritas de maneira tão inteligente.

Gostei desta passagem:
"Somos filhos incógnitos de um querer
estrangulado pelo inamovível asceta
que persiste de mãos atadas no peito."

Fique bem, beijinho!

LuísM Castanheira disse...

Um poema belo feito de matéria interligada. E se o medo ocupa
espaços, que seja transitório
no vazio de cada momento.
Não podemos viver desse medo.
Sei que o tempo não é o mesmo,
mas aprenderemos a viagem. A
Natureza será sempre nossa mãe.
Um abraço, Poeta.

LuísM Castanheira disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
LuísM Castanheira disse...
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Manuel Veiga disse...

Poema magistral, caro amigo Jaime Portela
gostei muito.

grande abraço. parabéns.

Roselia Bezerra disse...

Bom dia de sábado, amigo Jaime!
Você está aqui:
https://espiritual-marazul.blogspot.com/
Abraços fraternos de gratidão

Ana Simões disse...

É assim que me sinto.. / aprisionada/ numa viagem na cauda de um cometa em extinção... mas tenho esperança que esta negra vertigem se dilua e possamos todos voltar a viver sem medos, sem gatinhos, sem algemas...
Maravilha de poema!! Beijinho

Majo Dutra disse...

O menino não é sensível o tema da Fome e Miséria?!
Ainda está aberto...
Vem Vivenciar a Vida, Jaime.
Sorrsssss...
Tudo pelo melhor
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