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segunda-feira, 31 de outubro de 2022

O que dói [449]

 


Os teus lábios,

que porventura sabem às amoras

acabadas de colher,

também sabem à solidão das procuras

que se fecham nos teus olhos.

 

O que magoa,

já não é o amor que não há no coração

e já nem é o arranhar das silvas

que há no cadafalso

da voz das gargantas sem amoras.

 

O que dói, mas dói mesmo,

é a boca sem pão,

é o corpo sem casa,

é a tristeza ser uma árvore que cresce,

já seca pela noite da incerteza,

com as raízes enterradas não sabes onde.

 

© Jaime Portela, Outubro de 2022

32 comentários:

Marta Vinhais disse...

É a pergunta sem resposta, enfim... as sombras, o vazio...
Como sempre, brilhante...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Mário Margaride disse...

Belo e intenso poema, onde a tristeza e a desilusão, estão bem patentes nestas belas palavras.
Gostei muito, caro amigo Jaime.
Votos de uma excelente semana, com muita saúde.
Abraço amigo.

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com

Cláudia disse...

Gostei! Tão carregado de sentimento. Nota-se na escrita. Parabéns!

Feliz dia e semana

mariarosa disse...


Muy buen poema. La realidad de la vida, el dolor y el abandono es lo que más se sufre. Un abrazo.

Glória Vilbro disse...

E no entanto, a árvore teima em crescer, apesar da desesperança. Ás vezes penso que certas formas de vida são diferentes das demais. Mais fortes? Não sei... Diferentes.
Lindo poema, Jaime! Beijinhos, boa semana nova:)

Guma disse...

Boa tarde, Jaime!
Se as raízes se mantêm incólumes em terreno fértil, a árvore voltará a seu esplendor.
Boa semana, bom feriado.
Kandando.

Ailime disse...

Boa tarde Jaime,
Magnífico poema em que as palavras nos dão a dimensão do sofrimento que grassa não só em nós, mas também pelo pelo mundo fora.
Um poema que muito apreciei.
Desejo-lhe uma boa semana.
Beijinhos,
Ailimwe

Graça Pires disse...

"O que dói, mas dói mesmo,
é a boca sem pão,
é o corpo sem casa,
é a tristeza ser uma árvore que cresce,
já seca pela noite da incerteza,
com as raízes enterradas não sabes onde".
Não pude deixar de destacar esta parte do poema, pois sensibilizou-me muito.
Uma boa semana com muita saúde, meu Amigo Jaime.
Um beijo.

Maria Rodrigues disse...

Sentido e belo poema.
Dói ver tanta dor, tristeza, miséria e desamor por todo o mundo.
Boa semana.
Beijinhos

- R y k @ r d o - disse...

Apetece-me dizer que, o sabor dos lábios, depende do batom que a rapariga usa, rsrssrsr.
Claro que é mais um poema deslumbrante, intenso, profundo, poderoso poeticamente falando.
.
Feliz Halloween … Saudações cordiais.
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

Porventura escrevo disse...

Um ótimo poema para ilustrar o que os brasileiros escolheram ontem, Jaime.
Gostei

Janita disse...

Palavras pungentes e doloridas que retratam bem o que realmente dói nos tempos actuais, afinal, tempos que são os de ontem e serão os de amanhã.
Poema muito belo. Triste, mas belo.

Um beijo, amigo Jaime.

Paula Saraiva disse...

Belo poema!
Boa semana. Beijinhos

brancas nuvens negras disse...

Os desgostos do amor ou... de quem não o merece.
Um abraço.

Roselia Bezerra disse...

O que dói, mas dói mesmo,

é a boca sem pão...

Boa noite de paz, amigo Jaime!
Uma verdade incontestável. A fome está em voga mundialmente.
Um sensível poema.
Tenha dias abençoados!
Abraços fraternos

Malania Nashki disse...

No hay mayor tristeza que la producida por la falta de comida o de un hogar donde dormir u descansar.
Bonito poema.
Buenas noches.

J.P. Alexander disse...

Profundo poema de una realidad muy dura. Que mucho miramos con indiferencia. Te mando un beso.

silvia de angelis disse...

Preziose immagini poetiche, in questo cantico sentimentale, di rara bellezza.Un saluto, silvia

Os olhares da Gracinha! disse...

"O que dói, mas dói mesmo,
é a boca sem pão,
é o corpo sem casa"... ( é que dói mesmo 😔)...bj

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

JP

um poema intenso e que me sensibilizou bastante.
tão real e tão verdadeiro.

boa semana com saúde e paz.

:)

Regina Graça disse...

Duro e dorido! O amor sem corpo, a raiz da incerteza!
O que dói é viver...

Bom feriado, beijinho.

Lucia disse...

Olá caro Jaime.
Pois é a cor dos lábios, sejam amoras, cerejas, framboesas, mas isso não é absolutamente nada.

"O que dói, mas dói mesmo,
é a boca sem pão,
é o corpo sem casa,
é a tristeza ser uma árvore que cresce,
já seca pela noite da incerteza,
com as raízes enterradas não sabes onde.

E tantas outras coisas a acrescentar.
Bonito poema.
Boa noite e feliz semana.
Beijo!

Olinda Melo disse...


E dói tudo, o desamor, a desesperança, o descaso
do que é importante e que nos poderia fazer felizes.
Poema lindo, caro Jaime.
Adorei.

Abraço e boa semana.
Olinda

Isamar disse...

Olá Querido Amigo Jaime,
Um coração dorido sofre com a mesma intensidade com que um Poeta descreve um amor perdido, sem nunca o ter sentido.
Parabéns por mais um extraordinário poema!
Um beijinho

ematejoca disse...

Sinto a angústia da boca sem pão, do corpo sem casa.
Sinto a tristeza da vida ao acaso.
Sinto a dor do peito que arde, ao escrever POESIA.

Saudações da amiga do Reno 🍂

MARILENE disse...

Dolorido, sensível e muito belo seu poema, Jaime.Como sempre, gostei demais. Abraço.

Fá menor disse...

Gostei muito destas tuas palavras.
As dores hoje são mais que muitas, mas algumas são tão grandes que abafam outras que se pensava serem já enormes.

Beijinhos e tudo de bom!

Ana Tapadas disse...

Forte e profundo. Gostei muito.
Beijo, meu amigo.

Parapeito disse...

Belo e profundo.
Doí muito tudo aquilo que nos rasga a esperança e a alma.
Poema forte e dorido.
Abraço e brisas doces **

Majo Dutra disse...

Dói, mesmo!
Está muito belo, Jaime.
Abraço amigo.
~~~

Ana Freire disse...

Um poema admirável, que percorre muito bem estes tempos de dores e dissabores, que atravessamos!
Beijinhos! Bom fim de semana!
Ana

Meulen disse...

Pues si que duele, la gran indiferencia por donde anda el mundo por este tiempo...
abrazo