Quebrámos as convençõesque tolhiam a nossa liberdadecom a coragemde um touroe a naturalidadedos cravos,com a promessa de continuarmos a decifraro gozo essencial do sonho,e de, nele mesmo,nos mantermos mergulhados,com a certezade abraçarmos a lembrançaque nos fará entoarcantos à madrugada do agoraem concertos de liberdade para o futuro.
Translater
sábado, 25 de abril de 2015
Promessa [018]
quinta-feira, 16 de abril de 2015
Acordei [017]
Acordei, nos teus lábios,a língua das minhas falhas embaraçada,arrependida.No meu cérebro, o sol explodiu libertadonum mar de estrelas que te dei,para lavarmos,crianças, as tuas mágoas sofridas.Percorri-te o corpo do meu descuido sentido,devolvi-te o brancopara que regressasses à pureza original.Ansiaste, então, pela entrega abandonada,numa sinfonia indestrutível de sons,que preservaremos,sem estigmas, em sinopses do porvir fortalecido.
sexta-feira, 10 de abril de 2015
Olhares [016]
Olhocomo quem nasce docemente,cercado por névoas que se consomemà medida que as lemos devagar.Olhocomo um aprendiz, no seu espanto,a primeira mulher que vê nua,lembrando-se da imagem para sempre.Olhosem medo de ser acusado,vazio da predição da maldadeaté que o verbo dobre insinuante.Olhocomo um faminto do excesso,para a força que em ti é sedutorae vestida com uma formosura alucinante.
sábado, 4 de abril de 2015
A feiticeira [015]
Por vezes, passo noites de sonoa lutar no meio de tumultos de giestas.Elas esfolam-me, arranham-me,aturdem-me os tímpanos, cegam-me.Tento escapar a correr como um louco,mas dou comigo, confuso e esbaforido,no poço das feiticeiras,sítio assombrado da meninice perdida.A erva, alegre como um pardal, embala-mea pele, que fica sarada, sem marcas,ao som de um poema sinfónico de Strauss,abraçado de imagens tão deslumbrantescomo as dos Cem Anos de Solidão.Então, sinto a leveza dos teus poros,ouço a tua cristalina voz, maviosa, e vejogolfadas de luz brotando de ti.Já sei, é tudo obra tua enquanto durmo,minha feiticeira.
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