Será que somos capazes
de dizer que nunca odiámos?
Que nunca enganámos ninguém até à medula
induzindo o desalento ou a raiva?
E que jamais fomos atores
a mascarar falas e princípios?
Será que fomos sempre racionais
ou tivemos, aqui e ali, uma vida de intuição
como a dos ladrões e das feras,
sem ponderar nem prever,
até cair de bandulho para o ar?
Confessemo-nos,
porque sonhar é banir a estupidez.
© Jaime
Portela, Setembro de 2023