Vai
de férias,
esquece
Berardos e Salgados,
os
naufrágios de imigrantes,
a
Faixa de Gaza e as greves.
Faz
a tua mente voar
mesmo
sem sair de casa,
leva
contigo o desejo
de
abraçar um fogo adolescente.
Põe
o cansaço a léguas
e
pendura o casaco das alegrias na alma,
despe
a saudade
e
faz tréguas com as mágoas.
Vai
de férias,
fecha
os olhos e sente,
até
a fazeres entrar no teu corpo,
a doçura
das águas,
dos
ventos e dos pássaros.
Vai
de férias e volta,
mas
não verás a paz
porque
raramente [ou nunca] prendem
os
que inventam a guerra.
© Jaime Portela, Agosto de 2019