Quando
procuras a fantasia
que
semeias em notas de azul,
vermelhas de carícias
e
transformadas em rosas
a
saltar pelos dedos da imaginação,
é a
alma aveludada de gozo dorido
que
te implode o universo.
Desenhas,
então,
um
tempo que voa adormecido
no
amanhecer da noite
em
sons ritmados na surdez do desejo,
numa
entrega de violoncelo vibrante
que
te explode no arco das mãos.
É
assim que despregas do teu corpo
a
melodia do inevitável
enquanto
esperas a sublimação do toque.
© Jaime Portela, Janeiro de 2021