As ideias estremecem o bastante
para que se partam alguns fios condutores
que sustentam a razão.
Inesperado e permanente,
o caos hospeda-se na lógica dos sentidos:
não resisto
à Padeira de Aljubarrota
que há no sangue que te ferve impetuoso
com a doçura do mel.
E as minhas mãos ignoram o sono
como o esqueleto de um barco
que geme
nas ondas impelidas pelo vento inimigo.
Sou o adeus à vida airada
mergulhado na insânia
da vontade de te amar,
e sei que ao chegares de asas abertas
não me fecharei na lucidez.
© Jaime
Portela, Junho de 2023