Quando
me negas um dedo que seja,
é
porque pensas que a mão
de
imediato é reclamada.
Mas,
se não me dás essa liberdade,
o
desencanto rebenta insubmisso.
Talvez
a interdição se torne
um
incentivo generoso
no
propósito da contradição.
Por
isso, se o momento surgir,
vou
testar o paradoxo
com
a intemperança do perfume
que
se desprende do teu corpo,
para
aferir de quantos graus
se
desvia aquela tese.
Assim,
por muito que me custe,
vou
cultivar o vigor do teu empenho
no
horto dos meus silêncios
para
tentar uma oração da tua boca.
Jaime Portela, Agosto de.2021