Caminho
afastado de terrenos
interditos,
percorro trilhos
arredados de recatos
burilados
do meu mutismo.
Mas a cada verbo que
empurra
a distância para longe
deixo de ver
o que de mim persiste
aceso ou destruído.
E palmilho o desvendar
e o devorar do engano
que teria amanhecido
em todos os começos,
pensando-me já
construído.
© Jaime Portela, Junho de 2018