Por
entre laivos cinza de sol-posto,
qual
preia-mar a crescer
lentamente
no teu rosto,
são
ilhéus quaisquer olhos como os teus
se
me pedem o corpo no teu corpo.
Prendes
o sol no cabelo
e nas
tuas mãos cabem todos os gostos
que
a tua boca nega de cobiça,
porque
te sabes de areia permeável
às
ondas que por ti procuram vida.
Vivo
do sabor a framboesa
que
se enrola no teu peito de sereia,
mas
caio, abraçado à tua ilha,
sem
comer da tua boca
a
saudade que nos mata de incerteza.
© Jaime
Portela, Novembro de 2021