Tens a grandeza do mar e o teu cheiro rompe
ao sabor das marés que trazem ao colo
o sargaço, para que durma e se convalesça
na praia do teu macio regaço.
Os teus seios são cavalos-marinhos
(onde ouço a tua ponderada ondulação
no receio do naufrágio apetecido),
são o fado da minha bem-amada tentação.
Do teu corpo, barco de sonhos coberto,
brotam vagas de chamegos que me afogam,
inquieto, aos remos de desejos indomáveis.
Fico assim, por ti agitado, se os teus olhos,
aos meus, me acenam carnais quando medito
deitado na genital quietude do teu mar.
© Jaime
Portela, Setembro de 2022