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segunda-feira, 17 de junho de 2024

O amor é cego quando nasce [565]

 


As palavras

são pousadas com suavidade

no regaço da flor inquieta,

entoando tónicas

as sílabas que chamam nuvens.

 

A respiração timbrada

quebra o sussurro da razão,

somente uma brisa inaudível

que não desadorna o momento.

 

O quebranto do olhar

vai deslizando sem quebras

até preencher certezas

e silenciar dúvidas do amor

que é cego quando nasce.

 

© Jaime Portela, Junho de 2024


40 comentários:

Pedro Coimbra disse...

A paixão tem esse efeito secundário, normalmente.
Abraço, boa semana

Silent Movie - ©Theda Bara disse...

Over time, words become biographical tattoos and love is the ink that writes this biography.
(ꈍᴗꈍ) Poetic and cinematographic greetings.

Andre Mansim disse...

Olá meu amigo!
Outro dia, conversando com uma amiga que se casou com um marido abusivo e agressivo, que batia nela e que não ajudava com as contas de casa, eu falei:
Mas estava claro que ele seria assim, quando vocês namoravam.
Ela respondeu:
É... O amor é cego mesmo. Todo mundo me falava e eu não enxergava.

Boa semana!!

Porventura escrevo disse...

Adorei a primeira estrofe

chica disse...

LINDA poesia,Jaime e por vezes a cegueira é voluntária...rs...
abraços, linda semana! chica

Janita disse...

Essa é uma cegueira atrás de quem todos correm para a sentir, e inspirar, enfim, para alcançar...!

Este seu belo poema, subtilmente alusivo ao Amor, amigo Jaime, é de uma doçura que reconforta. Adorei!

Um beijo com votos de uma boa semana.

Graça Pires disse...

"O amor é cego mas vê", cantava alguém. A verdade é que há uma certa cegueira no começo de qualquer amor. que se dissipa quando o tempo, ao passar, revela toda a verdade. Bom poema, meu Amigo Jaime.
Uma boa semana.
Um beijo.

Marta Vinhais disse...

O olhar fica pesado, sombrio...quando entra a desilusão...
Mas o amor continua... a viajar...por nós...
Lindo...
Beijos e abraços
MARTA

Cláudia disse...

Muito bonito!

Boa semana

❦ Cléia Fialho ❦ disse...

E viva a cegueira do amor, que nos faz enxergar de maneira belas o mundo.
Beijinhos poéicos em seu coração.

PAULO TAMBURRO. disse...


JAIME PORTELA,
"entoando tónicas as sílabas que chamam nuvens".
Cada frase poética desses seus versos dariam para escrever outros vários poemas.
Ganho sempre que venho aqui,obrigado!
Comunico que Fomos contratados pela Internacional Globex para no Brasil fazermos exclusivamente e com técnicas que só nosso blog domina, uma profunda pesquisa sobre os CORNOS BRASILEIROS.
Solicito como seu antigo seguidor a nos desvencilharmos dessa árdua e tão abrangente tarefa.
Visite o nosso blog HUMOR EM TEXTOS e coopere com esse amigo.
Um abração carioca.

Regina Graça disse...

De regresso e deliciada com este belíssimo poema!

Sobre a ausência nas semanas anteriores, a culpa foi do Camões... 😃

Abraço, muito boa semana.

brancas nuvens negras disse...

É essa cegueira que dá lugar ao desassossego.
Um abraço.

São disse...

O amor ou a paixão, meu amigo ?

Gostei muito....

Abraço, boa semana :)

AMALIA disse...

Una muy bella poesía.
Muy agradable disfrutarla.
Feliz semana.
Un abrazo.

Os olhares da Gracinha! disse...

Quase sempre ... "é cego quando nasce"!
Boa semana 👏😘💞

Mário Margaride disse...

O amor é sempre cego quando nasce, é verdade. E continua cego, até uma das partes começar a usar óculos e a ver melhor.
Gostei bastante, amigo Jaime.
Votos de uma excelente semana.
Abraço amigo.

Mário Margaride

She disse...

Oi, querido.
Curti seu poema e a reflexão que ele trouxe.
Eu acho que a gente sempre sabe, ou na maioria das vezes, mas muitas vezes, por inúmeras razões, nós escolhemos não ver, porque o outro, e até mesmo nós, de alguma forma deixa rastros por onde passa de quem é de fato. Só que enxergar, tirar as vendas dos olhos, vai implicar em escolhas e é aí que eu acho que está o xis da questão. Eu escolho continuar com essa pessoa e ficar sozinha por um tempo, ou prefiro continuar? Toda escolha traz consequências...
Beijo, beijo e ótima semana.
She

Roselia Bezerra disse...

Boa tarde de Paz, amigo Jaime!
"Silenciar dúvidas do amor
que é cego quando nasce."
Ele não tem nada de cego, se enxerga tudo claramente e se deixa iludir...
Sobretudo em pessoas que perdoam, dão novas chances e saem sempre perdendo. O rancoroso não é passado para trás, é astuto e traiçoeiro. Sabem como 'sair por cima' do coração estraçalhaço do outro.
Tenha uma nova semana abençoada!
Abraços fraternos

Ailime disse...

Boa tarde Jaime,
Magnífico poema que muito apreciei.
O amor é cego e essa cegueira geralmente vai-se desanuviando à medida que o tempo passa. O tempo é nosso aliado para o bem ou para o mal. Cabe-nos escolher.
Beijinhos e boa semana, amigo Jaime.
Emília

Mariazita disse...

Já cantava Tomás Alcaide, o grande tenor português que faleceu nos anos 60, uma canção lindíssima, que eu ouvia também o meu pai cantar (o meu pai cantava muito bem, parece que estou a ouvi-lo):
“O amor é cego e vê, não sei porquê, Deus lhe deu esta graça, este poder fatal… “.
E desse quebranto é feito – atrevo-me a acrescentar!
Lindo!!!
Uma semana feliz.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

Emília Pinto disse...

Depois de belas homenagens a Camões ( ele que me perdoe, mas custou me tanto ler os Lusíadas, interpretá-lo, dividir orações etc, etc, que ainda hoje tenho pavor dele...) onde falas do que ele escondeu das tragédias causadas pelos nossos descobridores, vens agora falar do Amor que é cego quando começa. É verdade, no início tudo é florido, mas à medida que se vai conhecendo o outro, às vezes, tudo desmorona . Infelizmente, são muitos os casos e quando há crianças no meio, o assunto torna-se ainda mais doloroso. O nosso Camões também cantou o Amor em belos poemas, mas a poesia tem o condão de amenizar e embelezar as dores do Amor. Sim, o amor também causa algum sofrimento, porque ele faz parte da vida e esta tantas vezes é dura e sofrida. Apesar disso, há muita gente que supera e dá-lhe mais uma oportunidade, conseguindo seguir em frente, amando. Não se deve desistir do amor ao primeiro contratempo, porque, apesar dos pesares, ele vale muito. Jaime, andei ausente por motivos de saúde ( nada de grave ) e a disposição para os blogues era muito pouco; já mais animada, aqui estou para prestigiar este " rio sem margens " que, agora, com tanta chuva já transborda de carinho e belas palavras. Beijinhos, caro Amigo e saúde para todos aí em casa
Emilia




ematejoca disse...

O AMOR que é cego quando nasce … continua cego até à morte.
O „eu lírico“ sempre atento e realista.

Abraço de uma Alemanha 🇩🇪 em festa!!

maré disse...

Pensei que o que cega é a paixão, Jaime…

O amor, ai o amor
pode chegar como uma flor
ou ligeira inquietação
talvez com o acerto do olhar
que desacerta o coração.
Mas sem o poder confirmar
acrescento que a palavra
é a seara que o lavra
como a voz que o vai cantar.
O amor, ai o amor…
sílaba alta em céu escarlate
e outras também de dor
quando e sem deixar de ser flor
há quem não cuide e o mate.

Como em tantas outras coisas, sobre o amor, “só sei que nada sei.”

Beijinho para si, Jaime.

Duarte disse...

Jaime, e o que pode chegar a abranger: esse é o potencial do AMOR.
Belo poema.
Boa semana, com um grande abraço de vida

J.P. Alexander disse...

Muy cierto, cuando amamos no nos damos cuenta de los defectos de quien queremos. Te mando un beso.

silvia de angelis disse...

Intense osservazioni poetiche in questa lirica di grande realtà.
Buona estate e un saluto

Juvenal Nunes disse...

No princípio, todos os amantes estão incólumes.
Daí para a frente tudo pode acontecer.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

boa tarde JP

pois é.
nasce cego, mudo e surdo.
nem sempre, mas, quase.
um trabalho muito interessante, que gostei de ler.
boa semana.
:)

Lucia disse...

Olá caro Jaime.
Realmente é um bonito poema.
O amor é cego quando nasce.
Gostei imenso caro poeta.
Boa noite e feliz semana.
Beijo.

lis disse...

O amor é assim ,suave
e quando entoas esse poema e
'vai deslizando sem quebras'
quem precisa dos sussuros da razão, Jaime?
Enquanto te leio e gosto de te ler , vou retornando aos costumes.
com muitos abraços

Tais Luso de Carvalho disse...

Olá, querido amigo e poeta Jaime,
no começo penso ser paixão, essa pode ser cega sim,
depois vira amor, e esse é sensível, delicado, preocupado,
responsável por inteiro, os sentimentos mudam bastante, é o
desejo de estar sempre junto ao ser amado.
Belíssimo poema, aplaudo sempre suas inspirações!
Uma feliz semana, muita paz.
Beijo

teresadias disse...

Excelente poema, amigo Jaime!
O amor é cego e platónico no enamoramento inicial. A prova da verdade surge na convivência quotidiana, na resolução de crises que ou conduzem à evolução da relação ou ao seu definhamento lento e doloroso.
Um beijo.

Olavo Marques disse...

Olá talentoso Jaime!

É uma realidade sobre o amor muito bem descrita neste belo poema. Magnífico!

Um abraço e um bom fim de semana para si 😊

Majo Dutra disse...

Eu não diria que é cego, porque vê bem o que quer,~
mas que o apaixonado tem palas nos olhos, isso tem.
Poema magnífico, num tom elegante e cúmplice...
Bom fim de semana. Beijinhos.
~~~~

Maria Rodrigues disse...

Uma grande verdade, no inicio o amor é realmente cego, pensasse com o coração e não com a razão.
Belíssimo poema.
Beijinhos

Vivir y dejar Vivir...Liz disse...

Querido amigo, precioso poema, el amor a veces es ciego y vemos cuando ya es tarde.
Un placer leerte, me encanto.
Abrazos y te dejo un beso

SOL da Esteva disse...

O Amor é devoção, crença, fé. Até pode ser cego, mas vê-se ao olhá-lo.
Gostei do Poema, Jaime.


Abraço Amigo,
SOL da Esteva

Cidália Ferreira disse...

Adorei o poema. Parabéns!!
.
Coisas de uma Vida...
Beijos. Bom fim de semana

Kinga K. disse...

Muy bello :D