No palácio
não há assento para todos os deuses políticos
que se rejeitam uns aos outros,
que procuram o poder
com ideais que vão caindo no estrume
se ainda não o são.
Sem limites,
cada um promete tudo a todos
e a coerência e a impossibilidade
são assobios e pios inaudíveis
que passam ao lado das caras de pau
que fazem simulando uma visão que não têm.
E nós desfrutamos da festa
na comunhão das promessas de um dos deuses.
Ou viramos as costas a todos
à espera que D. Sebastião
chegue numa manhã de nevoeiro
ou porque preferimos lavar as mãos como
Pilatos.
© Jaime Portela, Junho de 2025
10 comentários:
Nesse palácio, na verdade, as vaidades imperam e certas vezes, um quer a cabeça do outro comer,rs... abraços, linda semana! chica
A sua análise poética, Jaime, captura com maestria a crítica às ilusões e às promessas vazias do poder político, trazendo uma reflexão poderosa sobre a nossa participação e esperança. Muito bem escrito.
Abraço da aldeia do Düssel, desejando-lhe uma semana cheia de paz e amor.
Olá, amigo Jaime!
Que poema!
Um retrato fiel da sociedade como um todo.
Creio que lavamos as mãos atualmente para o mundo chegar onde chegou.
Agora, resta para quem crê tão somente, deixar a solução nas mãos de Deus
Tenha uma nova semana abençoada!
Abraços fraternos
Olá, amigo Jaime
De facto assim é. Mas no fundo, com mais palavreado menos palavreado, são todos uma cambada de oportunistas. Da esquerda à direita.
Bem pode o zé pagode esperar pelo D. Sebastião, que de certeza não chegará.
Excelente e corrosivo poema, que muito gostei.
Abraço amigo e feliz semana com tudo de bom.
Mário Margaride
Um poema e tanto Jaime! É muito político para pouco assento. A sede por poder é grande. Tenho medo!
Estupenda crítica aos vendilhões de promessas e à apatia popular.
O que mais me dói é a impotência face aos crimes e aos desmandos que nos entram diariamente pelos televisores dentro e estou farta de "especialistas" de tudo e mais alguma coisa, alguns bem tendenciosos.
Abraço, boa semana.
O vazio das promessas feitas pelo poder são uma reflexão que todos temos que fazer sobre a nossa indiferença, que nos torna cúmplices do que nos deixa indiferentes. Uma excelente poema, meu Amigo Jaime.
Uma boa semana.
Um beijo.
Bela poesia. Obrigado por compartilhar.
Boa semana!
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Até mais, Emerson Garcia
Apenas as palavras são diferentes... porque a mensagem é a mesma....
Beijos e abraços
Marta
No tempo da ditadura do lado de cá, havia um ministro que sempre que perguntado sobre as mazelas do pais, dizia: Nada a declarar, como Pilatos, ele lavava as mãos. Essa é a crua realidade em que vivemos aqui também do outro lado Atlântico. O seu texto é primoroso.
Uma boa semana, meu caro poeta!
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