a chuva copiosa e sem saídascercou-te em pedaços de nadaficaste presa na tua própria armadilhana fronte tinhas um cartaz publicitário do fracassomas as nossas mãos viajaram no pianoà procura da luaque em breve irias pisarmontados nas palavrasfacas que rasgaram as sombras dos teus medosajudei-te a fugir através do bosque dos sonsmas as notas eram flechasque esbarravam nos muros de águaque teimavam em te abraçarfaiscavam retrocediame caíam nas lágrimas da tua destruiçãodós sem sol capitulavam enlouquecidosnas catapultas que vazavam angústias sem fimde ti em mimde um fim de tarde nunca sentido ferido sitiadoentre muralhas e dardosangústias desvendadas por chispasque se extinguiam em mares sem riosem rios sem nascentesem lagos verticais acordados de estios e de tédiosdo teu sono sem ondasmascomo afogadosagarrámo-nos a uma nota que saiu distraída com asasfilha pródiga dissonante à procura de aventuravoámosfugiste para além do cerco dos sonhos que não tinhasaté que tudo se dissipou na distânciada floresta mágica de sonspudeste então sorrirsoubeste pisar a luae no sol que concebestefinalmenteviste que nada mudou na criança que há em ti
Translater
domingo, 4 de janeiro de 2015
Fuga [002]
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1 comentário:
Possa sempre haver réstias de sol e lua a brilhar na criança que está em nós, ainda que nos chova de vez em quando.
Beijinhos, amigo Jaime!
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